sexta-feira, 24 de junho de 2011

Mudanças


Esses dias estava pensando em como minha vida mudou de uns tempos pra cá... Perdi meu pai e esse foi um dos momentos mais conturbados da minha vida, onde meu mundinho cor de rosa de repente caiu sobre mim, tudo que eu sonhava para o futuro veio como uma responsabilidade enorme de uma hora para outra e não sabia para onde correr... Só me restava chorar, chorar e chorar. Meu estágio na Microbiologia também não era um mar de rosas que imaginei logo no começo do ano passado; meu orientador só me dava broncas por coisas que ele mesmo me mandavaeu fazer e depois dizia que não era assim ou assado que ele tinha falado...
Já tava de saco cheio, com princípio de estresse, saía tarde do estágio depois de um dia inteiro de trabalho que eu não pretendia passar lá e os pesadelos com meu pai ainda me assombravam toda noite. 
No começo deste ano decidi que ia largar meu estágio porque não agüentava mais as bactérias... Não aguentava mais meu orientador e queria mudar meu rumo na universidade...
Em meio às portas que bati, fui parar onde menos imaginava, numa empresa que fica ao lado da UNIRIO, é bem pequena e desde o início do curso imaginava o que teria lá dentro...  A CPRM.
Me surpreendi logo que entrei, pois encontrei um orientador que mais parece meu irmão mais velho do que o chato e cheio de manias que só sabia me criticar e dizer que eu não sabia o que fazia dentro do laboratório. De repente as coisas começaram a melhorar: comecei meu primeiro artigo, já apresentei numa jornada, fui premiada na universidade e vou ao meu primeiro congresso... Em Natal!
Só tenho que agradecer bastante por tudo que me aconteceu; até pelo orientador chato que tive no início, graças a ele sei como nunca se deve tratar um estagiário, sei também que se a gente sofre no começo, é porque algo muito bom virá no final e logo seremos felizes de novo. Aprendi que quando você menos espera tudo pode mudar e é preciso estar preparado para isso, mesmo que chore e tenha pesadelos durante meses; a vida é bela, mas às vezes nos dá cada rasteira que só muita fé e persistência para levantar e seguir em frente, além de bons amigos pra dar apoio. E devo agradecer também pelas coisas boas que estão acontecendo no momento, pois estou realizando sonhos que até o ano passado, julguei serem impossíveis...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Corujas

Durante a história da humanidade, as corujas simbolizaram algumas vezes o conhecimento, a sabedoria, como quando a coruja era conhecida como a ave símbolo da deusa da sabedoria, Atena, dos gregos. Mas também a morte ou um elo de ligação com o mundo espiritual. Na maioria das culturas ocidentais, as opiniões sobre as corujas se transformam com o decorrer dos tempos. Podendo portanto servirem tanto como indicadores das condições de seu habitat como podem indicar o comportamento cultural e religioso local e de como o ser humano se relaciona com a terra.

São aves pertencentes à família Strigidae e à ordem Strigiformes. Trata-se de aves de rapina, tímidas, solitárias, discretas e de vôo silencioso, graças ao formato e à textura de suas penas. Estão espalhadas pelo mundo todo: há a coruja das neves, branca, que vive no Polo Norte, e a coruja das Filipinas, que é pescadora. Entre nós, são mais populares a suindara ou coruja igrejeira, que gosta de nidificar nas torres de igreja ou em casas abandonadas; e o caboré do campo ou coruja buraqueira, que aproveita os buracos de cupim para morar e nidificar. Existem 126 espécies diferentes de corujas, 18 das quais vivem no Brasil. É um animal que não transmite doenças aos humanos.

A coruja se alimenta de pequenos mamíferos (ratos e camundongos, por exemplo), gafanhotos, grilos, aranhas e outras aves. Costumam engolir suas presas inteiras para depois vomitar o que não aproveitam, tais como penas e pedaços de ossos. Há espécies de corujas que se especializaram na pesca (este fato pode ser observado nas Filipinas). Seus predadores naturais são: o gavião, o gato-do-mato e as cobras. Apesar do aspecto parado, a coruja é um animal bastante esperto que não facilita a vida dos seus predadores.

Estas aves possuem olhos bem grandes, rodeados por um disco de penas, voltados para frente e, portanto, com visão binocular (como o ser humano). São animais com hipermetropia, ou seja, quase não enxergam perto (a poucos centímetros), mas, em distâncias maiores, sua visão é muito boa, principalmente com pouca luz. Quando está em situações de perigo, sua cabeça gira até 180 graus e pode ser projetada para cima.

Suas orelhas não são visíveis, mas sua capacidade de audição é bastante aguçada, melhor do que a das outras aves. São capazes de caçar na escuridão, pois o formato do disco de penas ao redor dos olhos direciona o som de suas presas até os ouvidos.

A cor da plumagem vai desde o branco amarelado até o preto, passando pelo cinza e pelo marrom. Estas cores têm a sua utilidade: ajudam no mimetismo, quando, de dia, a coruja se confunde com os troncos das árvores e dorme sossegada, invisível para os outros pássaros que a atacariam imediatamente se a vissem, pois a coruja ataca também a eles e aos seus filhotes.

Na região do Amazonas, algumas espécies também são chamadas de murutucu. A superstição popular diz que adivinham a morte com o seu piar e esvoaçar. Julgava-se também que essas aves gostam de azeite por visitarem as igrejas durante a noite, onde existiam lamparinas de azeite acesas. Na realidade elas procuravam os insetos atraídos pela luz das lamparinas. Os filhotes de corujas podem ser vítimas de outros predadores, como o gavião.

A divisão diurna da coruja é igual a dos outros pássaros: ao contrário do que se pensa, ela não é cega durante o dia. Ela tem um campo de visão maior que o das outras aves. Sua pupila se dilata para aproveitar ao máximo a luz, pois ela não enxerga melhor à noite.

Depois do entardecer a coruja sai à caça. Tudo o que se move e faz barulho chama sua atenção. Ataca outros pássaros, gafanhotos, grilos, ratos, camundongos, vive da caça. Na natureza é útil e necessária para o equilíbrio da ecologia: caça animais que são pragas nas plantações. Se colocada num silo de trigo, uma coruja sozinha acabará com todos os ratos que se aproximarem.