sexta-feira, 24 de setembro de 2010

II Simpósio em Genética e Evolução da UFRJ


   Este foi meu primeiro simpósio e, devo dizer, foi muito legal. Fiz uma nova amiga logo no primeiro dia lá naquela mega universidade. Não desmereço a minha pequena UNIRIO, mas tenho que admitir a grandiosidade da Cidade Universitária...
   Fiquei boba com a quantidade de prédios novos e outros ainda em construção que há por lá. A Petrobrás faz tanta coisa que vocês nem imaginam... É a cidade do futuro...
   Mas voltando ao simpósio, as palestras foram de ótima qualidade, os palestrantes eram muito simpáticos e a organização também!
   Algo que pude perceber é que: quanto mais títulos você tem, mais desarrumado você anda! =) É verdade! Muitos eram doutores que estudaram fora, outros estavam com passagens marcadas pro Canadá pra apresentar outro trabalho, muito inteligentes, mas esquecem de como se apresentar em público. Fiquei boba quando vi um dos mais renomados cientistas da área do genoma de arroz, com títulos de tudo quanto era país, calçando um tênis prata com abóbora, camisa vermelha, calça jeans surrada e cinto social... Tinha outra professora cujo cabelo não penteava... Enfim, acho que o tempo pra estudar toma tanto a vida dessas pessoas que não dá muito tempo pra prestar atenção na moda, né? 
   Não fiquei boba apenas com o estilo dos palestrantes, fiquei mais ainda com seus trabalhos... Um deles, falando sobre Evolução e Biodiversidade (Prof. Mário de Pinna), me deixou abismada com o artigo super novo, literalmente acabando de sair do forno, falando sobre a influência do toxoplasma na cultura humana... Essa parte eu vou fazer uma outra postagem só com ela, pois me interessei e vou pesquisar mais a respeito... Na palestra seguinte aprendi em mais um artigo recém saído do forno, que nosso corpo possui 10 vezes mais células microbianas do que nossas!
   Aprendi também que a hepatite não tem apenas 3 tipos, mas 6! E pior, todo mundo tem, independente de onde vá. Até no dentista a gente consegue algo do tipo. Aprendi que as gramíneas possuem genes obesos e anorexos... Com “A Dança Cósmica de Shiva” de Fernando Fernendez ri bastante e descobri que todo professor possui dois tipos de tempo... E foi também uma boa apresentação sobre a evolução; descobri que grandes catástrofes são periódicas e que a próxima talvez seja daqui a 15 milhões de anos...
   O que não gostei foi que a legislação é muito chata pra liberar nossas pesquisas e que a mesma lei que me autoriza é a que me aprisiona em um beco sem saída... E que até pra conseguir uma autorização preciso, literalmente, de uma chave dicotômica do código ambiental...
   Foi útil até pra licenciatura, pois descobri que posso fazer grandes descobertas em livros didáticos e, pior, que as editoras são piores que políticos quando se trata de dinheiro...
   No final teve sorteio de livros e, advinha, ganhei um livro de Paleontologia editado pelo prof. Ismar de Souza Carvalho, um dos meus preferidos... =)
   Esse foi o resumo da minha fantástica semana na UFRJ e, quem sabe, a primeira de muitas outras...
Bjs!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010


  Os quelônios constituem uma ordem de répteis (Chelonia ou Testudinata) que têm o corpo encaixado num casco formado de uma parte dorsal e convexa (a carapaça) e outra, ventral e plana (o plastrão). Pertencem à subclasse dos anapsídeos e compreendem espécies aquáticas, semi-aquáticas e terrestres que vivem geralmente nas regiões mais quentes do mundo. Tartarugas, cágados e jabutis representam essa ordem, que inclui mais de 300 espécies, classificadas em 12 famílias.
  Em alguns cágados, a carapaça não se constitui de uma peça inteiriça, mas sua parte posterior se articula com a anterior, o que permite ao animal encolher o casco e aproximar do plastrão a extremidade posterior. O casco tem arcabouço ósseo e deixa livres a cabeça, os membros e a cauda, em geral retráteis.
Entre os quelônios da fauna brasileira encontram-se as tartarugas-do-mar, as tartarugas-da-amazônia, os jabutis, os tracajás, os matamatás e os muçuãs.
As "tartarugas" de terra são denominadas de Jabuti.  Em lugar de dentes, elas dispõem de maxilas com bordas cortantes, afiadas ou serrilhadas.
  O jabuti atinge no máximo 70 cm de comprimento. Habita as matas desde o Espírito Santo até a Amazônia, ao norte, e Paraguai, ao sul. Na seca, esconde-se entre a folhagem e o húmus; na época de chuva alimenta-se de frutas caídas. A fêmea, chamada jabota, é maior que o macho, e avermelhada.
  As tartarugas das Galápagos (Testudo elephantopus) podem superar os 185 anos de vida, porém, isso é uma questão de sorte, pois a maioria não ultrapassa os 50 anos. As tartaruguinhas terrestres são comercializadas no Brasil ainda muito pequenas, e essa comercialização é ilegal.
  Na respiração, difere-se dos demais répteis, porque o desenvolvimento da carapaça redundou na fixação das costelas. Respira através do movimento de distensão e compressão da cabeça e membros, para dentro e fora da carapaça.
  As espécies marinhas contam com um aparelho respiratório auxiliar: tem na boca, uma enorme quantidade de vasos sangüíneos, que absorvem o oxigênio dissolvido na água. Isso e bons pulmões dão-lhe capacidade de imersão por várias horas.
  As espécies terrestres (maior número) vivem em climas tropicais, no inverno cavam o terreno e entram em letargo. As marinhas estão distribuídas por todos os mares quentes, podem percorrer longas distâncias, pois seus membros desempenham a função de nadadeiras, e possuem bom sentido de orientação. A alimentação de ambas é variada; são vegetarianas, carnívoras ou onívoras.
  Todas as tartarugas são cobiçadas pelo homem, que aproveita desde sua carne (na Amazônia substitui a carne de boi), até as placas imbricadas da couraça.
  A Dermochelys coriacea, tartaruga gigante, chega a ter mais de 2 metros de comprimento e meia tonelada de peso.
  A couraça é achatada e acinzentada. As patas são compridas, em forma de nadadeiras, são cobertas de pele e desprovidas de unhas. A tartaruga marinha gigante alimenta-se de moluscos, algas, crustáceos e carne.
  As tartarugas marinhas arrastam-se pela praia até um lugar livre de marés. Ali cavam a areia (60 cm de profundidade por 1 metro de diâmetro), e enterram seus ovos (de uma a duas centenas de ovos por vez). São ovos esféricos ou elípticos, elas tapam o buraco, alisam a areia e voltam para o mar. Depois de uma quinzena renovam a operação, mais ou menos no mesmo lugar. O sol se encarrega de incubar os ovos. As tartarugas terrestres (jabutis), e de água doce (cágados), fazem o mesmo nas margens do rio e pântanos, ou entre as folhagens. Depois de três meses, nascem as tartaruguinhas, com 6 cm. Logo quando nascem, as tartarugas marinhas correm logo para o mar.
  Em alguns países, tanto o ovo de tartaruga como a carne são consumidos pelo ser humano. A caça da tartaruga ou o uso desses animais como animal de estimação vem contribuindo para o desaparecimento de muitas espécies.