Diário de Uma Bióloga
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Mudanças
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Corujas
Durante a história da humanidade, as corujas simbolizaram algumas vezes o conhecimento, a sabedoria, como quando a coruja era conhecida como a ave símbolo da deusa da sabedoria, Atena, dos gregos. Mas também a morte ou um elo de ligação com o mundo espiritual. Na maioria das culturas ocidentais, as opiniões sobre as corujas se transformam com o decorrer dos tempos. Podendo portanto servirem tanto como indicadores das condições de seu habitat como podem indicar o comportamento cultural e religioso local e de como o ser humano se relaciona com a terra.
São aves pertencentes à família Strigidae e à ordem Strigiformes. Trata-se de aves de rapina, tímidas, solitárias, discretas e de vôo silencioso, graças ao formato e à textura de suas penas. Estão espalhadas pelo mundo todo: há a coruja das neves, branca, que vive no Polo Norte, e a coruja das Filipinas, que é pescadora. Entre nós, são mais populares a suindara ou coruja igrejeira, que gosta de nidificar nas torres de igreja ou em casas abandonadas; e o caboré do campo ou coruja buraqueira, que aproveita os buracos de cupim para morar e nidificar. Existem 126 espécies diferentes de corujas, 18 das quais vivem no Brasil. É um animal que não transmite doenças aos humanos.
A coruja se alimenta de pequenos mamíferos (ratos e camundongos, por exemplo), gafanhotos, grilos, aranhas e outras aves. Costumam engolir suas presas inteiras para depois vomitar o que não aproveitam, tais como penas e pedaços de ossos. Há espécies de corujas que se especializaram na pesca (este fato pode ser observado nas Filipinas). Seus predadores naturais são: o gavião, o gato-do-mato e as cobras. Apesar do aspecto parado, a coruja é um animal bastante esperto que não facilita a vida dos seus predadores.
Estas aves possuem olhos bem grandes, rodeados por um disco de penas, voltados para frente e, portanto, com visão binocular (como o ser humano). São animais com hipermetropia, ou seja, quase não enxergam perto (a poucos centímetros), mas, em distâncias maiores, sua visão é muito boa, principalmente com pouca luz. Quando está em situações de perigo, sua cabeça gira até 180 graus e pode ser projetada para cima.
Suas orelhas não são visíveis, mas sua capacidade de audição é bastante aguçada, melhor do que a das outras aves. São capazes de caçar na escuridão, pois o formato do disco de penas ao redor dos olhos direciona o som de suas presas até os ouvidos.
A cor da plumagem vai desde o branco amarelado até o preto, passando pelo cinza e pelo marrom. Estas cores têm a sua utilidade: ajudam no mimetismo, quando, de dia, a coruja se confunde com os troncos das árvores e dorme sossegada, invisível para os outros pássaros que a atacariam imediatamente se a vissem, pois a coruja ataca também a eles e aos seus filhotes.
Na região do Amazonas, algumas espécies também são chamadas de murutucu. A superstição popular diz que adivinham a morte com o seu piar e esvoaçar. Julgava-se também que essas aves gostam de azeite por visitarem as igrejas durante a noite, onde existiam lamparinas de azeite acesas. Na realidade elas procuravam os insetos atraídos pela luz das lamparinas. Os filhotes de corujas podem ser vítimas de outros predadores, como o gavião.
A divisão diurna da coruja é igual a dos outros pássaros: ao contrário do que se pensa, ela não é cega durante o dia. Ela tem um campo de visão maior que o das outras aves. Sua pupila se dilata para aproveitar ao máximo a luz, pois ela não enxerga melhor à noite.
Depois do entardecer a coruja sai à caça. Tudo o que se move e faz barulho chama sua atenção. Ataca outros pássaros, gafanhotos, grilos, ratos, camundongos, vive da caça. Na natureza é útil e necessária para o equilíbrio da ecologia: caça animais que são pragas nas plantações. Se colocada num silo de trigo, uma coruja sozinha acabará com todos os ratos que se aproximarem.
domingo, 28 de novembro de 2010
Camuflagem...
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
"Segundo Ortiz, a estrutura de proteção dos caracois pode inspirar futuramente o desenvolvimento de equipamentos para a proteção do ser humano, como por exemplo uma armadura. “As três camadas poderiam dar estabilidade à armadura e resistência à penetração”, disse. No entanto, qualquer biodesigner provavelmente não irá utilizar os mesmos materiais que compõem a casca do caracol, que também possui falhas próprias. “Os cientistas simplesmente poderiam utilizá-la como um guia e criar em cima dessas deficiências das conchas”, completou Ortiz."
Essas foram as notícias que vi durante simpósio que fui na UFRJ e, confesso, fiquei admirada com tamanha eficácia da evolução bem diante de mim... E, ao mesmo tempo, fiquei chocada ao descobrir que a primeira coisa que se passou na cabeça dos cientistas foi fazer uma armadura para os soldados continuarem na guerra!
Gostaria de saber porque tudo que a natureza utiliza como caráter evolutivo o ser humano pega e usa para provocar mais matanças por aí...
Estava conversando com meu namorado sobre isso e ele me disse que é da guerra que saem novas conquistas para salvar a vida humana. Admito que muita coisa que antes era usada em guerras hoje em dia são brinquedos de criança e nem acreditammos que algum dia aquilo foi capaz de matar alguém, mas a guerra é algo que vai além da minha compreensão. Sou bióloga, defendo não só a vida da natureza como também a humana, que faz parte dessa natureza, mesmo que não queira admitir e guerra é contra todos os preceitos que aprendi...
Gostaria apenas que a Humanidade fosse mais amável e que as descobertas evolutivas fossem utilizada penas para o bem, e não como armas. Se todos pensassem assim, ou pelo menos a maioria influente, não haveria violência e a vida iria prosperar, tanto entre os humanos, quanto em todo o planeta...
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
II Simpósio em Genética e Evolução da UFRJ
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Entre os quelônios da fauna brasileira encontram-se as tartarugas-do-mar, as tartarugas-da-amazônia, os jabutis, os tracajás, os matamatás e os muçuãs. As "tartarugas" de terra são denominadas de Jabuti. Em lugar de dentes, elas dispõem de maxilas com bordas cortantes, afiadas ou serrilhadas.
As tartarugas das Galápagos (Testudo elephantopus) podem superar os 185 anos de vida, porém, isso é uma questão de sorte, pois a maioria não ultrapassa os 50 anos. As tartaruguinhas terrestres são comercializadas no Brasil ainda muito pequenas, e essa comercialização é ilegal.
Na respiração, difere-se dos demais répteis, porque o desenvolvimento da carapaça redundou na fixação das costelas. Respira através do movimento de distensão e compressão da cabeça e membros, para dentro e fora da carapaça.
As espécies marinhas contam com um aparelho respiratório auxiliar: tem na boca, uma enorme quantidade de vasos sangüíneos, que absorvem o oxigênio dissolvido na água. Isso e bons pulmões dão-lhe capacidade de imersão por várias horas.
As espécies terrestres (maior número) vivem em climas tropicais, no inverno cavam o terreno e entram em letargo. As marinhas estão distribuídas por todos os mares quentes, podem percorrer longas distâncias, pois seus membros desempenham a função de nadadeiras, e possuem bom sentido de orientação. A alimentação de ambas é variada; são vegetarianas, carnívoras ou onívoras.
Todas as tartarugas são cobiçadas pelo homem, que aproveita desde sua carne (na Amazônia substitui a carne de boi), até as placas imbricadas da couraça.
A Dermochelys coriacea, tartaruga gigante, chega a ter mais de 2 metros de comprimento e meia tonelada de peso.
A couraça é achatada e acinzentada. As patas são compridas, em forma de nadadeiras, são cobertas de pele e desprovidas de unhas. A tartaruga marinha gigante alimenta-se de moluscos, algas, crustáceos e carne.